terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Poema-oração



Pai, tenha compaixão
Pelos que vivem em negação
Pelos que guardam seu sexo à clandestinidade
Sendo e fazendo vítimas de suas próprias calamidades
Sem conseguirem ser inteiros
Meeiros de si mesmos

Tenha compaixão
Pelos autocentrados
De olhar mesquinhado
Desprovidos de gratidão
Envergonhados em sofrer
Pois não há quem mereça
Não se pode perder

Tenha compaixão
Dos covardes
Que tem medo dos seus próprios conflitos
E pavor da opinião alheia
Fugitivos em serviço
Do preconceituoso
Pois no céu aberto de sua boca
Corre esgoto
Pai, clareia.

Tenha compaixão
Diante do que ouço
Vindo dos que não sabem
Que a certeza é pouco
E as verdades são milhares

Tenha compaixão
Dos que possuem moral estreita
E julgamento largo
Cegos por suas ceitas
Degustando seu próprio amargo

Pai, recebe esse poema-oração
Pois nesse mundo tosco
Quero a companhia dos loucos
E distancia dos sãos.

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